sexta-feira, 16 de abril de 2010

Werner Schroeter

 

Esta semana, aos 65 anos de idade, vítima de cancro, morreu Werner Schroeter. Companheiro de geração dos cineastas do novo cinema alemão (Fassbinder, Herzog, Wenders...), Schroeter era apontado como o melhor e mais complexo de todos eles. A sua obra excessiva, enigmática, poética, mais associada ao teatro e à ópera do que ao cinema (naquilo que quotidianamente dele esperamos e obtemos) ficará como um testemunho à parte das suas perturbadoras interrogações sobre o ser humano, as suas vivências e fixações. Não é sem risco (ou sem rede) que podemos assistir a filmes como O rei das rosas ou Duas, continuadores de uma estética de transgressão que vinha já de obras anteriores, como A morte de Maria Malibran ou Malina. Ficarão para a história as suas captações do trabalho de actrizes como Magdalena Montezuma e Isabelle Huppert. E também a sua ligação a Portugal, que escolheu para cenário de três dos seus filmes e que visitava frequentemente por razões de afinidade e de profissão - confessava a sua preferência pelos países dos sul da Europa e tinha como produtor Paulo Branco.