Mário Vargas Llosa já
tinha confessado que o merecia e este ano a Real Academia Sueca reconheceu a
legitimidade dessa esperança. O Prémio Nobel da Literatura 2010 vai então para
o escritor peruano que já nos proporcionou a leitura de obras monumentais
como A casa verde, A tia Júlia e o escrevedor (fortemente
autobiográfico), Pantaleão e as
visitadoras, Conversa na
catedral (em quatro grandes volumes) e, acima de todos (mas isto é
uma opinião puramente pessoal), Os
cadernos de Dom Rigoberto. A vida e a obra de Mário Vargas Llosa
são uma expressão da luta pela afirmação da força e da liberdade dos indivíduos
contra o poder de todas as formas de tirania. Esta posição explica o seu
envolvimento, desde cedo, com a actividade jornalística e o seu comprometimento
político, tendo chegado a ser candidato a presidente do seu país, numa eleição
que perdeu para Alberto Fujimori. Enquanto se aguarda a publicação, em breve,
da sua última obra, O sonho do celta.