Esta semana, aos 65 anos de idade, vítima de
cancro, morreu Werner Schroeter. Companheiro de geração dos cineastas do novo
cinema alemão (Fassbinder, Herzog, Wenders...), Schroeter era apontado como o
melhor e mais complexo de todos eles. A sua obra excessiva, enigmática,
poética, mais associada ao teatro e à ópera do que ao cinema (naquilo que
quotidianamente dele esperamos e obtemos) ficará como um testemunho à parte das
suas perturbadoras interrogações sobre o ser humano, as suas vivências e
fixações. Não é sem risco (ou sem rede) que podemos assistir a filmes como O
rei das rosas ou Duas, continuadores de uma estética de
transgressão que vinha já de obras anteriores, como A morte de Maria
Malibran ou Malina. Ficarão para a história as suas captações do
trabalho de actrizes como Magdalena Montezuma e Isabelle Huppert. E também a
sua ligação a Portugal, que escolheu para cenário de três dos seus filmes
e que visitava frequentemente por razões de afinidade e de profissão - confessava
a sua preferência pelos países dos sul da Europa e tinha como produtor Paulo
Branco.
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