Na próxima sexta-feira, 25 de Fevereiro entre as 10 e as 12:30, alunos do nosso agrupamento irão ler e plantar árvores na zona verde que se situa por detrás da nossa escola.
Aqui ficam alguns dos poemas que nos aquecem a alma e nos ajudam a repensar a importância das árvores e dos livros.
Prof. Adilton Albano
António Gedeão, “Poema das árvores”
As árvores crescem sós. E a
sós florescem.
Começam por ser nada. Pouco a
pouco
se levantam do chão, se alteiam
palmo a palmo.
Crescendo deitam ramos, e os
ramos outros ramos,
e deles nascem folhas, e as
folhas multiplicam-se.
Depois, por entre as folhas
vão-se esboçando as flores,
e então crescem as flores, e
as flores produzem frutos,
e os frutos dão sementes,
e as sementes preparam novas
árvores.
E tudo sempre a sós, a sós
consigo mesmas.
Sem verem, sem ouvirem, sem
falarem.
Sós.
De dia e de noite.
Sempre sós.
Os animais são outra coisa.
Contactam-se, penetram-se,
trespassam-se,
fazem amor e ódio, e vão à
vida
como se nada fosse.
As árvores, não.
Solitárias, as árvores
exauram terra e sol
silenciosamente.
Não pensam, não suspiram, não
se queixam.
Estendem os braços como se
implorassem;
com o vento soltam ais como se
suspirassem;
e gemem, mas a queixa não é
sua.
Sós, sempre sós.
Nas planícies, nos montes, nas
florestas,
A crescer e a florir sem
consciência.
Virtude vegetal viver a sós
E entretanto dar flores.
José Gomes Ferreira
Vivam, apenas
Sejam bons como o sol.
Livres como o vento.
Naturais como as fontes.
Imitem as árvores dos caminhos
que dão flores e frutos
sem complicações.
Mas não queiram convencer os cardos
e transformar os espinhos
em rosas e canções.
E principalmente não pensem na morte.
Não sofram por causa dos cadáveres
que só são belos
quando se desenham na terra em flores.
Vivam, apenas.
A morte é para os mortos!
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